quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Nutricionistas e Ciência: Comunicadores Imparciais?

A ciência é produzida por investigadores de diversas áreas, sendo que os nutricionistas são os agentes primários da comunicação dos conhecimentos produzidos sobre alimentação. Como qualquer comunicador, deve fazê-lo de forma imparcial e clara, com especial atenção para a veracidade e fiabilidade daquilo que comunica (vejam o video acima), uma vez que influencia as escolhas alimentares do público-alvo e, consequentemente, a sua saúde.
No entanto isto nem sempre se verifica pois vivemos num mundo movido essencialmente por interesses económicos, políticos e comerciais e, muitas vezes, o nutricionista é “obrigado” a promover produtos da empresa para a qual trabalha, que ele sabe não serem por exemplo os mais indicados a incluir numa alimentação saudável.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

E você já comeu chocapic hoje?

A Compal essencial, utilizando uma estratégia meramente funcionalista, promove o seu novo produto como resposta a um problema: a importância do consumo de fruta e legumes para a prevenção de doenças crónicas não transmissíveis (diabetes, obesidade, cancro, doenças cardiovasculares). Veja notícia em http://www.medicosdeportugal.iol.pt/action/2/cnt_id/916/.






O site dos cereais Chocapic tem duas versões, uma fundamentalmente estruturalista destinada às crianças e outra funcional para os seus pais. A primeira tenta cativar através de jogos, concursos, ofertas e outros tipos de entretenimento, ao passo que a versão adulta apela principalmente ao aspecto funcional do alimento: a função nutricional dos cereais integrais. A “Chocapic” alia estas duas correntes porque afinal de contas quem compra os cereais são os pais!

Escolha de produtos alimentares: difícil? Fácil?

Publicidade alimentar à nossa volta é o que mais se vê, a questão é decidir quais os produtos ideais para cada um de nós! É certo que as empresas estão cientes deste dilema e, por isso cada vez mais apostam em estratégias de marketing apeladoras aos seus produtos.

Hoje em dia existem duas correntes antagonistas de pensamento que influenciam o consumo alimentar. Uma tem por base a informação nutricional que à partida influenciará positivamente a saúde dos consumidores – funcionalista.
Por outro lado existe a estruturalista que opta por enfatizar aspectos de ordem social e cultural como “o estar na moda”, “o ser prático”, “o ser radical”, “o sabor aliciante”.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Porque será que se comunica tanto sobre alimentação?

Inicialmente a comunicação sobre a alimentação terá surgido devido a uma necessidade de preservação da espécie humana de modo a que esta informação empírica fosse evitando consequências negativas na ingestão alimentar do homem primitivo.
Já na Grécia Antiga, Hipócrates, pai da medicina, percebeu a íntima relação entre alimentação e saúde. Célebre é a sua frase “que o teu alimento seja o teu medicamento”.
Actualmente, com o desenvolvimento da indústria e da ciência, cada vez se percebe melhor esta forte relação. Comunica-se para tentar descodificar e explicar essa mesma relação, quer seja na área da pesquisa ou na de divulgação alimentar (prevenção, promoção e até mesmo tratamento). Este tipo de divulgação pode utilizar vários recursos desde os meios de comunicação e acções de formação até aos próprios profissionais de saúde adequados – nutricionistas/dietistas com o objectivo de informar de uma forma simplificada e prática a população em geral.
Por outro lado, a comunicação sobre alimentação tem-se revelado uma importante ferramenta de publicidade, promovendo as mais variadas marcas alimentares. Hoje em dia, notamos que os media dão cada vez mais importância ao marketing nutricional: não se baseiam apenas nas características organolépticas ou económicas dos alimentos, mas também na sua composição nutricional, que à partida será vantajosa para a população.
De todas as áreas do conhecimento humano, as ciências da nutrição são das mais polivalentes compreendendo a nutrição clínica, dietética, nutrição comunitária, restauração colectiva, nutrição, saúde pública e epidemiologia, indústria alimentar, indústria farmacêutica, e uma forte componente em investigação. Abrangem também todas as faixas etárias da população, desde os mais novos (nutrição e pediatria, industria alimentar) até aos mais idosos (nutrição e geriatria, indústria alimentar e farmacêutica) assim como os seus estados de saúde e doença. Sendo a nutrição uma área com todas as características acima enumeradas, não admira que se fale e comunique tanto sobre esta área em constante mudança e desenvolvimento.